domingo, 23 de outubro de 2011

CAMPOS DEVASTADOS
(Marcos Alagoas)
Campos devastados sem árvores.
Apenas um pé de barbatimão
Tão só na solidão do cerrado!...
O resto, o fogo queimou,
Virou tição abandonado...
Arvores de porte
Grande e pequenas.
De cascas grossas e finas.
Galhas retas e tortas.
Agora o que vejo são elas deitadas
No chão
Que tanto lhes sustentou.
Este c o seu agradecimento.
Sem rancor
Mesmo tendo perdido a sua cor
Pois foram queimadas!
Que horror o que fazem à natureza!
Não deixam nem mesmo as flores para
Enfeitarem-na!
Até as suas verdes folhas viraram cinzas,
Mortas, enfim, estão...
Assim, eu, o poeta, não gostaria de declamar!
Olho a tristeza da natureza, o que dela posso poetizar?
Derramarei lágrimas por ela,
Que serão como pingos de água ou
Orvalhos da madrugada
Para o fogo apagar.
Quantas obscuridades!... Nada mais,
Assim, poderá habitá-la.
Não vejo nenhum pássaro
Pelos céus a voar. Perderam seus ninhos.
Seus filhos, suas moradas, seus lugares...
A natureza não tem mais
O verde para mostrar.
Entristecido está o meu olhar!
Faço destas a minha prece:
"Pai e filhos do espírito desumano.
Até quando vão queimá-la?
Até quando vão matá-la?..."